No plano do observador o silêncio não era ausência de som, mas uma entidade viva, um tecido sobre o qual a realidade era bordada. Mas agora, esse silêncio estava sendo violado. Por um ruído que não era um som, mas uma ausência de frequência. Uma laceração no próprio éter.
O Observador pairou sobre o Livro de Possibilidades. A página que descrevia o conflito no vale que estava em agonia. As linhas douradas que narravam a coragem do Amanhecer Prateado, a estratégia de Kieran, a proteção de Rafael e a luz curadora das crianças, agora estavam sendo apagadas.
Não era como antes, quando as manchas de Selenna tentavam corromper os fios. Isso era diferente. Isso era um desfazer. A escuridão primordial que ela liberava não se contentava em torcer o destino; queria anulá-lo. Onde a onda de vazio passava, o pergaminho celestial não escurecia, ele simplesmente se tornava transparente, como se a tinta da existência estivesse sendo dissolvida por um ácido cósmico.
A pena de luz na mão do Observ