Evelyn
Era noite, e eu estava no meu quarto, montando meus equipamentos de pintura no canto que deixei vazio só para isso. Precisava pintar. Estava inquieta, confusa, e ficar parada parecia me sufocar. Com o cartão que Dante me dera, comprei novas tintas, pincéis, telas e tudo mais que precisava para tentar organizar o caos dentro de mim.
Enquanto ajeitava as tintas de um lado, ouvi vozes abafadas vindas da sala de baixo. Me aproximei da escada, devagar, e vi uma mulher alta, de cabelos escuros, elegante. Bastou um olhar para eu concluir quem era. Katherine. O nome ecoou dentro de mim junto com uma onda estranha — um incômodo que eu não quis entender.
Voltei para o quarto e deixei que meus sentimentos guiassem o pincel. A tela começou a ganhar cor e textura, sem direção alguma. Eu só pintava. Mas antes que entendesse o que estava surgindo ali, ouvi batidas na porta.
— Pode entrar — murmurei, sem olhar.
Dante apareceu, ao lado da mulher alta. Ele me observou por um instante