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Parto em Pausa Forçada​

Parto em Pausa Forçada​PT

Cuento corto · Cuentos Cortos
April  Completo
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Resumen
Índice

Quando minha gravidez estava prestes a chegar ao fim, meu marido, Aurelio Maciel, enviou homens para me trancar no porão e me ordenou que segurasse o bebê. A esposa de seu falecido irmão, Ursula, também tinha o parto previsto para hoje. Aurelio havia prometido ao irmão que o primeiro filho nascido na família Maciel seria criado como o herdeiro e receberia todo o patrimônio. — O filho de Ursula deve nascer primeiro. — Disse Aurelio, com indiferença. — Ela perdeu o marido e não tem nada. Você já tem todo o meu amor, é justo que ceda a herança da família para o filho dela. As contrações me faziam rolar de dor. Eu chorei e implorei para que ele me levasse ao hospital. Aurelio enxugou suavemente minhas lágrimas, seu tom de voz era baixo e perigoso. — Pare de fingir! Eu sempre soube que você não me ama. A única coisa que lhe importa é a riqueza e o status. Você induziu o parto prematuro de propósito, apenas para roubar a herança do filho de Ursula... Como pode ser tão cruel? Fiquei pálida, tremendo da cabeça aos pés, e sussurrei: — Eu não posso controlar a hora em que o bebê nasce, foi apenas uma coincidência! Eu juro, não me importo com a fortuna. Eu só amo você! Ele zombou. — Se você me amasse, não teria forçado Ursula a assinar um contrato renunciando aos direitos de herança do filho dela. Enfim, quando ela der à luz, eu volto para te buscar. Afinal, o bebê em sua barriga é meu. Aurelio ficou de guarda do lado de fora da sala de parto de Ursula. Somente ao ver o recém-nascido ele se lembrou que eu ainda estava no porão. Ele pediu a seu secretário que me buscasse e me levasse para o hospital, mas a voz do secretário tremeu ao responder: — A senhora... e o bebê... estão mortos... Naquele momento, Aurelio enlouqueceu.

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Capítulo 1

Capítulo 1

Quando as contrações me fizeram desmaiar e acordar repetidamente, eu já estava no porão escuro e frio.

A porta se fechou com força.

Se eu não tivesse puxado meu pé rapidamente, meu tornozelo teria sido esmagado.

Talvez pelo movimento brusco, senti um fluxo quente escorrer entre minhas pernas.

Percebi imediatamente o que havia acontecido.

Minha bolsa estourou!

O pânico tomou conta de mim.

Forcei-me a manter a calma e procurei meu celular, mas não o encontrei em lugar nenhum.

Aurelio o havia confiscado para garantir que eu não pudesse contatar ninguém.

O bebê em meu ventre não parava de se mexer.

Meu corpo tremia de frio e, ao mesmo tempo, suava de dor.

Gritei por socorro com todas as minhas forças, sem abandonar a menor esperança.

Finalmente, ouvi passos do lado de fora.

— Por favor, me ajude! — Gritei. — Estou trancada no porão! Estou prestes a dar à luz!

Repeti isso várias vezes, pensando que alguém viria me salvar.

Mas então, uma voz triunfante soou.

— Cecília Costa, como é a sensação de estar deitada no porão em pleno inverno? Se quer saber, meu irmão Aurelio já deveria ter feito isso com você há muito tempo.

Era a irmã de Aurelio, Luísa Maciel!

Controlei minha respiração ofegante, esforçando-me para manter minha voz clara.

— Luísa, por favor, me tire daqui. O bebê vai nascer a qualquer momento, não temos tempo!

Luísa deu um chute violento na porta do porão e me encarou com fúria.

— Soltar você? Pode sonhar! Deve estar desesperada por não conseguir impedir Ursula de dar à luz, não é? Foi Aurelio quem me enviou para vigiá-la. Ele não permitirá que você faça algo assim novamente!

— Aurelio já trabalha tanto, e ainda tem que lidar com suas confusões. Você não consegue dar menos trabalho aos outros?

— O herdeiro da família Maciel será o filho de Ursula! Nada que você faça mudará isso!

Outra contração violenta me fez gemer de dor.

— Eu realmente não quero a herança. — Eu disse, chorando. — Nem quero que meu filho seja o herdeiro. Eu só quero que meu bebê sobreviva! Se Aurelio me deixar ir para o hospital, eu faço qualquer coisa!

Meus gemidos pareceram irritar Luísa.

Ela franziu a testa e disse com nojo:

— Sua mulher, está fazendo esses barulhos para seduzir quem? Que nojento. Se gritar de novo, mandarei amordaçar você!

Então, ela ligou para Aurelio.

A dor incessante continuava a emanar de meu ventre.

Desta vez, mordi o lábio inferior com força, sem ousar emitir nem mesmo o som da minha respiração.

Luísa disse ao telefone:

— Sim, irmão, não se preocupe. Estou de olho nela, não vou deixá-la sair de jeito nenhum!

Ao ouvir a voz de Aurelio no telefone, uma centelha de esperança se acendeu em meu coração.

Gritei, desesperada:

— Aurelio! O bebê está nascendo! Mande a Luísa me levar para o hospital, eu não aguento mais!

Eu não tinha mais forças nem para ficar sentada, apenas jazia fracamente no chão.

Luísa hesitou por um momento e sussurrou ao telefone:

— Irmão, acho que ela realmente vai dar à luz. Não parece que está fingindo. Que tal eu levá-la ao hospital? Afinal, ela carrega seu único filho. Se algo realmente acontecer...

Aurelio fez uma pausa por alguns segundos, como se estivesse ponderando.

Então, seu tom suavizou:

— Tudo bem, leve-a então...

Nesse momento, uma voz doce interrompeu:

— Aurelio, estou com fome, quero comer um bolinho. O médico disse que preciso comer para ter forças para o parto. Cecília, você também vai dar à luz? Não se preocupe, dar à luz não dói nada. Eu consigo até me levantar e dançar uma salsa agora mesmo, você certamente ficará bem.

Claro que Ursula não sentia dor.

Aurelio a havia colocado em uma maternidade de luxo que custava trezentos mil por dia, onde, ao menor gemido de dor, enfermeiras a cercavam para massageá-la.

Mas Aurelio acreditou nela imediatamente.

— O que poderia acontecer com ela? Cecília valoriza tanto a própria vida, jamais se colocaria em perigo. Ela está fingindo para enganar você e conseguir sair. Não caia nessa. Seja mais cautelosa da próxima vez.

Aurelio desligou o telefone.

Luísa, com o rosto vermelho de raiva por ter sido repreendida por Aurelio, simplesmente soltou o cachorro que estava amarrado na entrada e o deixou entrar!
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