Ela franziu o cenho, os olhos tentando me decifrar. Eu sabia que ela estava tentando ler nas entrelinhas, mas eu não ia dar essa chance.
Desviei o olhar, respirando fundo, como se o ar pudesse levar embora o peso que apertava meu peito.
Mas não adiantava. Aquele nó só ficava mais apertado.
— Tem certeza disso? — A voz dela cortou o silêncio, carregada de dúvida e um tom de preocupação que eu não queria reconhecer. — Seu pai nem confiou em mim pra cuidar de você, e agora você quer se jogar no meio desse povoado?
Eu senti as palavras dela ecoando na minha mente….
— Eu não preciso que ninguém cuide de mim — respondi, a voz mais firme do que eu esperava.
Ela abriu a boca pra responder, mas eu já estava virando as costas e abri a porta do carro, ignorando ela.
— Se meu pai quisesse me controlar, ele estaria aqui, em vez de ficar mandando ordens de longe. — soltei, a voz. — E, se liga, ninguém morre por dar uma volta. Ou você acha que eu sou tão frágil assim?