CAPÍTULO 47

A porta se fechou atrás de Lisanne com um clique suave, e os passos dela sumiram pela casa silenciosa. Lian permaneceu onde estava, os olhos perdidos no horizonte cada vez mais pálido, onde o céu começava a dar sinais do nascer do sol.

Seu peito doía — não de forma física, mas em algo mais profundo, mais impreciso. Um desconforto que misturava desejo, medo e uma inquietação que ele não conseguia mais conter. A cada gesto dela, a cada olhar sem julgamento, sentia o solo antes firme de sua existência se tornar um campo de possibilidades desconhecidas.

Ela não recuava. Nem mesmo diante daquilo que ele mesmo temia ser.

Aquilo ecoava como uma prece em sua mente, e o eco se alastrava, ocupando os espaços em que antes viviam apenas o instinto e o sangue.

E, por isso, ele tinha medo.

Medo do quanto queria estar perto, de sentir mais do que deveria e da curiosidade que surgia — não sobre ela, mas sobre si mesmo. Quem ele era agora? E quem se escondia sob essa nova forma que começava a em
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