O caminho até o quarto de Lian nunca pareceu tão longo. As paredes da mansão, antes silenciosas, agora pareciam ecoar cada passo, cada batida do coração de Lisanne. Mas, dessa vez...não era medo. Nem desconforto. Era decisão.
Ela parou diante da porta semiaberta. Respirou fundo.
Lá dentro, Lian estava sentado, meio recostado na poltrona próxima à janela. A luz fraca do fim da tarde desenhava sombras suaves sobre seu rosto. Ele parecia perdido em pensamentos — ou apenas...esgotado. As marcas da retirada do selo ainda eram visíveis, a palidez não disfarçava o quanto seu corpo estava fragilizado, mas seus olhos... seus olhos não carregavam mais aquele vazio de antes.
Quando percebeu a presença dela, ergueu o olhar, quase surpreso. Endureceu de leve os ombros, como se se preparasse para qualquer coisa. Qualquer coisa...menos o que estava prestes a ouvir.
— Eu. — Lisanne começou, segurando as mãos na altura do abdômen, como se aquilo segurasse também as palavras — Não vim aqui...pra discut