O amanhecer se desenrolava com uma tranquilidade estranha. Day fechou os livros de contabilidade, esticou os braços e ajeitou os papéis. O relógio marcava quase meia-noite quando ela cruzou o corredor em direção ao quarto.
Ao abrir a porta, encontrou Hérus sentado no sofá, tirando as botas.
— Hérus... — chamou, mas tão baixo que ele precisou inclinar o rosto para entendê-la. — Preciso... te falar uma coisa.
Ele arqueou uma sobrancelha, intrigado.
— E por que... está sussurrando desse jeito? — questionou, contendo um riso.
— Porque... não quero que ninguém escute. — cruzou os braços, meio desconfiada, meio divertida.
Ele ajeitou-se, sério agora.
— O que houve?
Day respirou fundo.
— É sobre a Lisanne... e para onde tudo isso parece estar se encaminhando. — Seus olhos se estreitaram. — Eu conversei com ela hoje... e, Hérus... acho que estamos vendo algo acontecer. Algo que... talvez... seja o que você tanto esperou pro seu irmão.
Hérus se endireitou, calando-se por alguns segundos.
— Voc