Lisanne fechou o último dos livros com um suspiro que não era apenas de cansaço. Havia reorganizado a estante inteira da varanda interna — duas vezes. Passara os dedos por capas que já conhecia, lera trechos aleatórios, trocara volumes de lugar como quem tenta distrair a mente do que realmente a incomoda.
Mas nada mudava o fato: aquele vazio persistente continuava crescendo por dentro. Não era ausência de algo externo — era um eco interno que começava a soar alto demais para ser ignorado.
Ela se levantou devagar, alisou a barra da blusa e olhou uma última vez para os livros. Nada mais ali podia distraí-la. Não agora.
Seus pés a levaram por corredores silenciosos até o andar de cima, onde a luz suave de fim de tarde atravessava as janelas em ângulos dourados. Ao se aproximar da sala de trabalho de Day, ouviu o leve som de penas deslizando sobre o papel, carimbos se assentando e pastas sendo abertas e fechadas com precisão.
A porta estava entreaberta.
Day estava sentada atrás da mesa, r