Capítulo 174
MORPHEUS

Ela me fitou, atônita. Aqueles olhos pareciam sempre me repreender, e isso era, de certo modo, encantador. A confiança e a audácia que exalava poderiam ser fruto dos hormônios, mas até o ódio dela me divertia, atraindo‐me ainda mais.

Seus olhos deslizaram da minha face para minha mão. Já havia me esquadrinhado inteiro e, em vez de irritar‐me, achei graça; ela era quase fofa. Algo me dizia que, apesar do pé esquerdo, poderíamos ter uma boa história juntos. Cresci como humano e pouco sabia sobre lobos, mas, aos dezoito anos, transformei‐me num enorme lobo cinza salpicado de negro — foi então que minha mãe revelou a origem que eu desconhecia. Desde esse dia, nunca mais me senti normal: passei a ter olfato aguçado e a conversar com meu eu interior como se dialogasse com outro homem.

— O que você quer com o Bando Titã? — Ela me desafiou, arrancando‐me das lembranças.

Além de linda, ela era inconfundível como loba: sentia‐se no cheiro, e aquela cascata de cabelo branco era única. De
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