Alonzo
O nome dela entra na sala antes mesmo de eu entender as palavras.
— Antonella Bellini está voltando para assinar o divórcio.
A frase é dita com calma pelo meu advogado, mas o som bate em mim como uma pancada seca. Estou na cabeceira da mesa de reunião, com relatórios abertos, gráficos, números. Nada faz sentido depois daquelas palavras.
Levanto o olhar devagar.
— Ela ainda é a senhora Karvell — corrijo, num tom baixo. — Quando?
Ele engole em seco, ajeita os óculos.
— Amanhã, senhor Karvell. O voo dela chega hoje à noite. Ela estará aqui amanhã para a assinatura, às dez da manhã, se o senhor estiver de acordo.
De acordo. Como se eu tivesse escolha em alguma coisa desde que ela foi embora. Faço um gesto curto com a cabeça. Meu advogado tenta continuar com os detalhes.
— Os termos seguem o que já estava previsto no contrato original. A fusão das empresas não será prejudicada. O patrimônio dela está garantido. Faltam apenas as assinaturas formais.
Eu não ouço o resto. Minha mente j