Antonella
Eu não esperava sonhar com ele. Não depois de tudo. Não depois de tanto tempo tentando enterrar o passado. Mas naquela madrugada… o passado me encontrou.
Dormia profundamente quando senti uma mão quente na minha cintura. No sonho, eu não estava em Londres. Nem naquela cama enorme do duplex da vovó.
Eu estava… na nossa mansão. No meu quarto. No quarto onde tudo começou, onde tudo terminou, e onde eu prometi nunca mais voltar, nem dormindo.
O quarto estava iluminado por uma luz suave, amarelada, como se o sol estivesse nascendo devagar. E ele estava lá.
Alonzo.
Parado perto da cama. Me olhando como se o mundo tivesse parado. Ele vestia aquela camiseta preta que eu sempre amei, porque deixava os ombros largos ainda maiores. A barba por fazer. Os olhos cansados, mas intensos… tão intensos que doía. No sonho, eu não sentia medo. Pela primeira vez em anos… eu sentia saudade.
— Antonella… — ele sussurrou, se aproximando devagar, como se tivesse medo de me tocar. — Eu esperei tanto