Antonella
O barulho recomeçou de repente. Primeiro, um som abafado de algo caindo. Depois, vidro quebrando. Em seguida, um estrondo seco, como se um móvel tivesse sido empurrado contra a parede. O coração disparou antes mesmo que eu me levantasse.
Peguei o robe na pressa e saí do quarto. O corredor estava escuro, iluminado apenas pela luz fraca que vinha debaixo da porta do quarto dele. Mais um som de garrafa quebrando. O peito doeu.
— Alonzo? — chamei, batendo na porta.
Nenhuma resposta. Apenas um grito rouco vindo lá de dentro. Respirei fundo e girei a maçaneta. A cena me atingiu como um soco.
O quarto estava pior do que a primeira vez que eu entrei, estava um caos. Cacos de vidro espalhados pelo chão, o tapete manchado de bebida, a mesa virada, a janela aberta com o vento frio de Toronto entrando sem pedir licença.
No meio da bagunça, ele. Alonzo Karvell, o homem que sempre foi sinônimo de controle, agora ajoelhado no chão, com o rosto vermelho e o olhar perdido. Uma garrafa na mão