Alonzo
As últimas semanas me consumiram. Trabalho, reuniões, relatórios… nada parecia aliviar o peso que eu carregava.
A cada noite, a mesma cena, eu no escritório da empresa, a garrafa de uísque na mesa, a luz apagada e o monitor mostrando números que eu já não conseguia entender. O copo batendo no vidro era o único som que quebrava o silêncio.
Tudo começou depois daquela maldita matéria. O site de negócios e fofocas publicou uma nota:
— “Casamento de fachada? Fontes afirmam que a união entre Karvell e Bellini é apenas uma jogada comercial sem amor nem herdeiros. Apesar das especulações, a fusão é considerada a mais lucrativa dos últimos anos.”
Ler aquilo foi como levar um soco. Eles elogiavam o meu trabalho, mas me expunham como homem. Diziam que o império crescia, mas que a cama do Ceo continuava vazia.
Fechei o notebook com força.
— Malditos… — sussurrei.
A raiva subiu junto com o álcool. O problema é que a notícia não estava errada. O casamento era um acordo. E ainda assim, doía