Thorne

A rua onde Auriel mora é um espelho da rua onde cresci com minha mãe, minha irmã e minha avó, antes de sabermos que éramos filhos de um rei, e a semelhança faz meu coração se agitar, uma onda de nostalgia e saudade que aperta meu peito com uma força quase sufocante.

As casinhas simples, alinhadas com seus jardins bem cuidados, exalam uma segurança tranquila, um eco de uma vida mais leve, onde eu era apenas um garoto sem o peso de um reino sobre os ombros. Cada flor nos canteiros, cada cerca branca, traz memórias de tardes correndo descalço, rindo sem preocupações, e sinto uma pontada de tristeza misturada com um desejo ardente de voltar àquela simplicidade.

Meus devaneios são interrompidos por um som inesperado, risadas alegres que cortam o ar, e caminho em direção ao som, meu coração acelerando com uma mistura de esperança e ansiedade.

Olho pela janela da casa dela, e a visão me paralisa: Auriel gargalha ao lado de uma mulher que se parece tanto com ela que só pode ser sua mãe