Auriel
Os olhos de Darius ficam lacrimejados e os meus também.
É como se o ar ao nosso redor se comprimisse, carregado de lembranças e dores antigas, despertando em mim sentimentos que eu tento esconder nas partes mais profundas da minha alma.
A umidade acumulada nos olhos dele me desconcerta, porque eu sei que Darius não demonstra fragilidade com facilidade e vê-lo assim me causa uma inquietação densa, uma sensação de que tudo está prestes a desmoronar.
Sinto meus próprios olhos arderem, como se a tristeza dele tivesse poder de se infiltrar em mim, de puxar minhas feridas para a superfície.
“Você não acha que merecemos tê-los de volta? Por que Thorne e Elowen merecem ter os pais deles vivos e bem e a gente não?” Darius indaga com a voz carregada de raiva e ciúme.
Cada palavra sai carregada de um sabor amargo, e eu sinto a frustração dele vibrar no ar, como se pudesse ser tocada. A inveja nas veias dele soa como um rugido contido, e o ressentimento que pulsa na voz dele cria um clima