Ponto de vista de Máximo Bianchi.
A música clássica preenchia o salão. O tilintar de taças, os passos marcados sobre o mármore e os murmúrios de negociações, elogios e falsidades se misturavam perfeitamente.
Meus olhos percorriam cada canto. Era o meu dever. Era meu território, meu trono, minha coroa.
Ao meu lado, minha mulher. Minha esposa.
Serena.
Fria. Elegante. Impecável.
Ela não dirigiu sequer um olhar direto a mim desde que descemos as escadas para a festa, mas, aos olhos dos outros, éramos o casal perfeito. A primeira-dama da máfia segurava meu braço, sorrindo com classe, cumprimentando aliados, recebendo elogios, sem deixar transparecer por um segundo sequer que, por trás daquele sorriso elegante, havia uma tempestade pronta pra me engolir vivo.
Ela é perfeita. Uma mulher feita sob medida para usar meu sobrenome.
E justo quando achei que minha noite poderia seguir no equilíbrio tenso que estávamos mantendo, o cheiro barato de perfume doce e arrogância se aproxima.
Isabella Mo