Cap. 62
Cap. 62
Valerius, parado na porta, sentiu o peito se apertar de uma forma que não lembrava sentir havia anos.
Ele voltou, ajoelhou-se ao lado dela, as mãos calejadas segurando os ombros como quem segura um vaso rachado, prestes a se despedaçar.
— Chega, Ângela. Chega. — murmurou, a voz firme, mas embargada. — Você já deu tudo. Agora deixa. Se guarda um pouco. Ele não te odiaria por isso... vai... vai descansar.
Mas ela não respondeu. O corpo pequeno, antes tão vibrante, agora era só um farrapo de carne e febre.
As mãos caíram pesadas sobre os joelhos, o peito arfando. Os olhos se fecharam como se fossem se selar para sempre.
Ângela desmaiou ali mesmo, soltando um suspiro baixo, os cílios úmidos de tanto sal. Seu irmão, com um suspiro pesado, a recolheu nos braços como uma criança perdida. O corpo dela estava leve — leve de uma forma que feria. Tão magra, tão frágil, que parecia prestes a desaparecer ali mesmo.
Ele a levou pelo corredor. Os novos empregados se aproximaram — um apressad