Cap.163
O dia seguinte amanheceu cinzento, o céu carregado parecia chorar junto com todos. O caixão de Kellen, fechado, repousava diante do pequeno cortejo. Flores brancas o cercavam, mas nada era capaz de aliviar a sensação de tragédia que pairava no ar.
Ângela mal conseguia ficar em pé. Os olhos marejados, a pele pálida, o corpo curvado como se todo o peso da dor tivesse se alojado em suas costas.
Abigail e Júnior a amparavam de cada lado, sustentando a amiga que parecia desabar a cada passo.
Kaedra se aproximou lentamente. O semblante que sempre fora firme agora estava desfeito.
O choro vinha em soluços sufocados, o orgulho que sempre a acompanhava tinha desaparecido.
Ao se ajoelhar diante do túmulo, a mulher que parecia inabalável se rendeu ao peso da culpa.
— Me perdoa, minha filha… — murmurou, com a testa encostada na pedra fria. — Me perdoa pelas vezes que não disse que te amava. Me perdoa por ter escolhido caminhos errados acreditando que te salvaria… quando só te machuquei at