Cap.161
O sol entrava timidamente pelas janelas do hospital, refletindo nas paredes brancas e esterilizadas.
Ângela abriu os olhos lentamente, sentindo a cabeça pesada, mas logo percebeu que não estava mais em casa, e sim em um quarto de hospital. Não tinha ideia de quando foi socorrida ou do que aconteceu depois. Seu lado doía de forma irritante, a ponto de mal conseguir se mover. Seus olhos se arregalaram ao se lembrar de Kellen, mas suspirou aliviada ao vê-la ali. Ainda assim, a dor em seu corpo a lembrava de que nada do que aconteceu tinha sido mentira; a cena de Kellen e toda aquela loucura estava gravada em sua mente.
Ao seu lado, Kellen respirava de forma irregular, os olhos arregalados e molhados de lágrimas.
— Kellen… — Ângela chamou baixinho, segurando a mão dela ao se esticar até a cama ao lado. — Está acordada.
Kellen se virou, quase tremendo, e encarou a irmã com um olhar que misturava medo, culpa e desespero.
Cada lembrança da noite anterior parecia gravada em sua mente