Cap.162
Kaedra atravessava o portão principal do hospital apressada, os passos firmes, mas o coração inquieto. Mal teve tempo de respirar quando Miquelangelo surgiu diante dela, o rosto transtornado.
— É sua culpa! — gritou, a voz embargada pela fúria e pela dor. — Se não fosse você, Ângela e Kellen nunca teriam sido atacadas! Elas quase foram mortas, Kaedra! Ângela levou uma facada! Você sabe o quanto isso é grave?
Kaedra parou, o corpo rígido. O olhar dela vacilou, perdida entre orgulho e culpa.
— Eu… eu não sabia que isso aconteceria — murmurou, sem forças. — Sinto muito, Miquelangelo… eu juro que sinto muito.
As palavras mal haviam saído quando um som seco, terrível, ecoou alguns metros atrás deles. Algo havia caído com violência, atraindo o olhar dos dois.
Miquelangelo foi o primeiro a ver. Não precisou se aproximar para reconhecer. O rosto dele empalideceu instantaneamente, as mãos subiram para cobrir a boca. Ele recuou, cambaleando, balbuciando como se não quisesse acreditar.
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