Cap. 42
Cap. 42
Valerius se sentou na cadeira em frente à cama enquanto Lúcios analisava seus movimentos.
— Não se pode esconder nada de você, certo? — Valerius sorriu, apreensivo.
— Pelo menos você não. Afinal, você não consegue mentir tão bem. Não para mim. O que aconteceu naquele dia?
— Naquele dia, a Ângela viu a empregada colocando algo na sopa. — Valerius disse, a voz baixa, mas firme.
Lúcios suspirou, pensativo ao ouvir, com os olhos cravados no teto, como se a própria vida estivesse escrita ali. Ele não esboçou nenhuma surpresa, apenas suspirou como quem já está cansado.
— Ângela viu? Ou ela fez algo? — murmurou, sem mover a cabeça.
— Ângela viu. Não pense tão mal dela. Sei que você tem fortes suspeitas de que ela esteja envolvida com tudo que está acontecendo, mas... eu acredito que, como ela está sem memória, tem demonstrado de verdade que gosta de você.
— Mas ela não lembra de nada... como foi que ela entendeu? Ângela, até então, é mais inocente que uma menina de dez anos.
Valerius