43. A PROCURA DE EMPREGO
Leonardo saiu do quarto da mãe como se o ar dentro da casa estivesse envenenado. Cada passo que dava pelos corredores soava como um trovão em seus ouvidos, o coração pulsando em descompasso, alimentado pela raiva e pela dor. Quando atravessou a porta principal, respirou fundo, tentando se acalmar, mas a angústia era tão sufocante que parecia não caber dentro dele.
Entrou no carro com um movimento brusco, ligou o motor e partiu sem olhar para trás. A única coisa que ecoava em sua mente era o nome de Camila. Precisava vê-la, precisava se agarrar a qualquer rastro que confirmasse que ela existira, que não fora apenas um capítulo de sua juventude manipulado pelas mãos da mãe.
O trajeto até o último endereço onde Camila morara foi percorrido em silêncio, apenas o ronco do motor e a respiração pesada preenchendo o espaço. Quando chegou diante da pequena casa, estacionou e ficou alguns minutos observando a fachada. A janela estava fechada, as cortinas pesadas impediam qualquer vislumbre do i