42. O PASSADO QUE LEONARDO DESCONHECIA
Foram três longos e torturantes dias de busca para Cecília. O tempo parecia zombar dela, avançando devagar, como se cada hora fosse um fardo a mais sobre seus ombros cansados. Cada vez que o telefone tocava, o coração de Cecília saltava no peito, cheio de esperança — e em seguida despedaçava-se diante da voz indiferente de um atendente, de uma pista falsa, ou do silêncio do outro lado da linha. Cada vez que alguém passava pela porta de sua casa, ela corria até lá, apenas para se decepcionar com o vazio.
Isabela havia desaparecido como se tivesse sido engolida pela terra. Ninguém a tinha visto, ninguém sabia nada. As poucas pistas se dissolviam no ar, deixando apenas a angústia da impotência.
Enquanto Cecília se afundava nesse tormento, Caio, em completo contraste, retornava para a universidade. Caminhava pelos corredores com serenidade, cumprimentava colegas, sentava-se em sala de aula como se nada tivesse acontecido. Nenhum gesto denunciava a verdade de sua participação na fuga de Is