14. A AMNESIA DE LEONARDO

Helena e a enfermeira haviam acabado de sair, e o silêncio que se instalou entre Isabela e Leonardo parecia mais pesado que o ar. Ele não desviava o olhar — olhos verdes, fixos, inquisidores, como lâminas afiadas tentando cortar a verdade dela.

A inclinação leve de sua cabeça dava-lhe um ar predatório, como quem analisa um animal pequeno, encurralado, e se pergunta se deve poupá-lo ou destruí-lo.

— Você é minha esposa… não é? — A voz dele não carregava emoção, mas uma frieza desconcertante. — Eu sinto muito por não lembrar de nada… minha mente está em branco.

A naturalidade com que aquelas palavras saíram fez o estômago de Isabela se revoltar. Sentiu-se como se estivesse ouvindo uma sentença de prisão disfarçada de promessa.

Ela respirou fundo, tentando não transparecer o pânico, mas a voz veio trêmula, arranhada pela emoção:

— Eu… não escolhi isso. — Cada sílaba parecia pesar toneladas, a garganta fechando a cada palavra. — Nada disso… foi escolha minha.

Leonardo não respondeu de ime
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