15. O CONFRONTO DE LEONARDO
Nos dias que se seguiram, Helena estava sempre por perto, observando cada gesto, cada olhar, e dosando cuidadosamente as informações que chegavam até Leonardo. Ela queria que ele se lembrasse apenas do que lhe fosse útil — e nada além disso. Fotografias cuidadosamente selecionadas apareciam sobre a mesa de cabeceira, histórias “reais” eram contadas ao pé do ouvido, e qualquer lembrança vaga que Leonardo insinuasse ter era moldada, lapidada, corrigida, até se encaixar perfeitamente no enredo que Helena queria.
Mas não era apenas a mente de Leonardo que ela manipulava.
Helena queria mais. Queria um vínculo físico e emocional que tornasse impossível a separação dele e de Isabela — e, para isso, não hesitava em plantar sementes perigosas. Suas conversas eram veladas, carregadas de insinuações: "Ele precisa sentir que você é dele", "Não desperdice a oportunidade de conquistá-lo.” "Às vezes, o corpo lembra o que a mente esquece".
Isabela ouvia em silêncio, o estômago revirando, mas o med