O silêncio que se seguiu à luta era espesso, pesado. Apenas o som do vento cortando entre as árvores e a respiração irregular de Kieran preenchiam o ar.
Ele estava encostado na parede da cabana, o ombro sangrando, o olhar ainda selvagem, mas com algo mais — uma vulnerabilidade que raramente deixava transparecer.
— Entre — Marina disse, a voz baixa, quase um pedido.
Ele não discutiu. Caminhou para dentro, cada passo marcado pela tensão nos músculos. Quando ela fechou a porta, a sensação de estarem isolados do mundo fez o ar parecer mais denso.
Ela o guiou até a poltrona e pegou um pano limpo e uma tigela com água morna. Ao tocar o ombro dele, sentiu o calor da pele, o pulso forte sob os dedos. A marca queimou, como se quisesse se intrometer no momento.
— Vai arder um pouco — ela murmurou, limpando o sangue.
Ele não respondeu, mas o corpo reagiu. Um leve estremecimento percorreu-lhe a espinha, e os olhos dourados não desgrudaram dela. Marina tentava manter o foco no ferime