CALEB
A noite caiu sobre a Estância com aquele silêncio que só o campo conhece. Não é ausência de som — é outro tipo de som. Grilos, vento, folhas, passos longos de cavalo ao longe… tudo encaixado num compasso que a gente sente mais do que escuta.
Eu estava encostado no batente da janela do meu quarto, olhando para fora, mas na verdade não via nada.
Só pensava nela. De novo.
Desde que Savana voltou, tem sido assim: quanto mais tento ficar no meu canto, mais o mundo parece empurrar a gente na mesma direção.
E depois da noite de ontem… e da manhã de hoje… eu já não sei mais se quero resistir.
Olhei para o céu — lua cheia, alta, clara. A Estância parecia desenhada por luz prateada.
E sem pensar demais, levantei, enfiei as mãos nos bolsos e segui em direção à casa dela.
O cascalho estalava debaixo das botas, o vento frio batia no rosto e o cheiro de terra úmida vinha da pastagem.
A casa dela estava quieta, com apenas uma luzinha fraca no corredor. Amber já devia estar dormindo. Mas eu sab