SAVANA
Acordei com o som dos galos e o vento entrando pela janela. A Estância sempre acorda primeiro. Antes do sol nascer, a vida aqui já está em movimento.
Abri os olhos devagar, ainda sentindo o eco da noite anterior no corpo. Não era uma lembrança vaga — era vívida. O calor dos beijos, a pressão firme das mãos de Caleb, o jeito como ele me olhou antes de tudo desabar. Eu sabia que não tinha mais como fingir distância.
Antes que eu mergulhasse demais nessas lembranças, ouvi passos pequenos no corredor. A porta rangeu e um rostinho sonolento apareceu.
— Mamãe…
Ela correu até a cama e se enfiou debaixo do cobertor, fria dos pés até o nariz.
— Você dormiu bem? — perguntei, ajeitando a franja dela para o lado.
— Sonhei com o papai.
O coração apertou. Amber quase nunca falava sobre o pai.
— É mesmo?
— Uhum.
— E foi um sonho bom?
— Foi.
Fiquei em silêncio por alguns segundos antes que Amber voltasse a falar:
— Eu quero montar no Relampâgo também.
A risada escapou fácil.
— Que tal você fic