SAVANA
O sol ainda nem tinha rompido completamente quando abri os olhos. A janela estava entreaberta, e o vento da manhã trazia o cheiro da terra.
Fiquei um instante olhando para o teto, tentando organizar os pensamentos. Eu nunca fui o tipo de mulher que foge de um problema. Mas também não sou boa em lidar com coisas que me bagunçam por dentro. E Caleb… ele bagunçava.
O beijo de ontem ainda estava na minha pele.
Eu podia fingir que tinha sido apenas um acidente. Podia esconder por trás de planilhas, leite e arames esticados. Mas fingir não muda o fato: quando nossos lábios se tocaram, alguma coisa dentro de mim tremeu — como se uma cerca velha tivesse cedido depois de anos.
Suspirei e sentei na cama.
Tentar fingir distância era a pior mentira que eu poderia contar a mim mesma.
Coloquei botas, calça jeans, vesti a camisa branca e amarrei o cabelo em um rabo de cavalo baixo.
A cozinha da sede ainda estava quieta, Amber ainda dormia. Peguei um café forte e bebi em silêncio, sentindo o