CALEB
O dia começou torto antes mesmo de o sol nascer. Eu estava fora da Estância, minha minha cabeça estava latejando, podia sentir a boca seca como se tivesse comido poeira, e o gosto amargo da cerveja da noite anterior ainda estava grudado na língua. Eu nunca fui de exagerar, mas ontem precisava de qualquer coisa que me afastasse do turbilhão que Savana tinha trazido de volta para a Estância.
Lavei o rosto com água fria, encarei o espelho rachado do banheiro e resmunguei:
— Parabéns, Caleb. Grande administrador, com cara de ressaca e sem energia pra nada.
Ajeitei o chapéu, mesmo que não fosse esconder as olheiras, e fui até a padaria da cidade. Precisava de café forte para começar. Mas cidade pequena não perdoa nada. Bastou eu entrar que senti os olhares.
O dono armazém e o cara novo da oficina estavam na fila, rindo de alguma piada, até que me viram.
— Olha só quem resolveu aparecer — disse João, abrindo um sorriso. — Fazia tempo que você não passava no bar. Pensei que tinha virad