Despedidas Amargas
Ária
O som do motor do carro de Alexandro rasga o silêncio da manhã, e eu fico imóvel por alguns segundos. Meu coração parece estilhaçar-se com cada metro que ele se afasta. A respiração curta e entrecortada é o único som além do eco distante dos pneus no asfalto.
Assim que não ouço mais o carro, pego o celular com as mãos trêmulas e disco o número de Adriano. Meu peito está tão apertado que mal consigo falar. Ele atende no terceiro toque.
— Ária? A preocupação na voz dele me faz desabar.
— Adriano...Tento me controlar, mas minha voz falha. — Eu, eu não posso mais.
— O que está acontecendo? Fala comigo, Ária!
Respiro fundo, mas as lágrimas não param. Olho ao redor do quarto, que agora parece uma prisão cheia de memórias que me sufocam.
— Eu briguei com Alexandro. Ele acha...Minha voz quebra de novo, e eu preciso de alguns segundos para continuar.
— Ele acha que o filho não é dele. Que eu o traí com você ou com Sebastião.
Do outro lado da linha, Adriano fica em si