CAPÍTULO 35

Despedidas Amargas

Ária

O som do motor do carro de Alexandro rasga o silêncio da manhã, e eu fico imóvel por alguns segundos. Meu coração parece estilhaçar-se com cada metro que ele se afasta. A respiração curta e entrecortada é o único som além do eco distante dos pneus no asfalto.

Assim que não ouço mais o carro, pego o celular com as mãos trêmulas e disco o número de Adriano. Meu peito está tão apertado que mal consigo falar. Ele atende no terceiro toque.

— Ária? A preocupação na voz dele me faz desabar.

— Adriano...Tento me controlar, mas minha voz falha. — Eu, eu não posso mais.

— O que está acontecendo? Fala comigo, Ária!

Respiro fundo, mas as lágrimas não param. Olho ao redor do quarto, que agora parece uma prisão cheia de memórias que me sufocam.

— Eu briguei com Alexandro. Ele acha...Minha voz quebra de novo, e eu preciso de alguns segundos para continuar.

— Ele acha que o filho não é dele. Que eu o traí com você ou com Sebastião.

Do outro lado da linha, Adriano fica em si
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