Os Ecos da Verdade
Alexandro.
A manhã seguinte começa com o telefone tocando às 6h12. Atendo antes que o segundo toque se complete.
— Monteiro? A voz do delegado Franco parece ainda embargada pelo cansaço.
— Temos novidades. Marcelo Rosa acrescentou mais detalhes ao depoimento dele, acredito que vai te interessar saber o que ele falou.
Levanto da cama devagar, tentando não acordar Aria.
Julian dorme entre nós, braços abertos como um anjo cansado.
Puxo o lençol sobre ele e caminho até a varanda com o celular ao ouvido.
— Diga.
— Ele negou envolvimento direto no atentado ao carro, mas admitiu ter vendido informações da empresa.
Disse que era chantageado. Alguém o ameaçava há meses…
Um antigo sócio seu.
Paro. O ar se torna mais denso, como se eu tivesse mergulhado em um tanque de concreto.
— Quem?
— Augusto Villar.
Congelo. Meu ex-sócio. Expulso da empresa há cinco anos, depois de tentar manipular contratos e inflar ações com promessas falsas de tecnologia que nunca existiria.
Pen