Epílogo Extra – Herança de Amor
Julian
Hoje é meu aniversário de vinte e um anos.
Acordei cedo, como sempre fazia quando era criança. O sol ainda não havia vencido completamente a neblina da serra, e o cheiro das lavandas do jardim da estufa ainda pairava no ar
Essa é minha casa. Ainda é.
Desci pelas escadas do chalé principal em silêncio, sentindo cada degrau como um pedaço da minha memória.
Ali aprendi a andar, a cair, a levantar.
Ali chorei pela primeira vez por uma briga boba com um amigo da escola.
Ali meu pai me ensinou a usar uma chave de fenda. Ali, minha mãe me ensinou a plantar uma semente.
No balcão da cozinha, havia um bilhete. Com a caligrafia que reconheço de longe:
“Filho, estamos na estufa. Te esperamos com amor.
Com carinho,
Mamãe e papai.”
Senti um nó na garganta. Porque mesmo adulto, eu ainda sou o menino que corria com a mochila nas costas para ver minha mãe regar as mudas e meu pai explicar planilhas e projetos com aquele brilho nos olhos.
Visto uma camisa bra