A casa de Ethan era grande, mas estranhamente acolhedora. O cheiro leve de madeira e café recém-passado misturava-se com algo mais — o mesmo perfume que ele sempre usava. Um frescor de menta, com notas doces de licor de morango.
Era inebriante.
Era ele.
As caixas estavam espalhadas sobre o tapete da sala, junto com rolos de papel colorido, fitas e durex. Ethan sentou-se ao meu lado no chão, com aquele sorriso meio de canto, observando minhas mãos enquanto eu dobrava as pontas de um papel dourado.
— Você leva jeito pra isso — ele comentou, com a voz baixa e arrastada. — Tá parecendo até profissional.
— É só prática — respondi, tentando não parecer nervosa. — Mamãe sempre me ensinou a deixar tudo organizado. Fazer, e depois limpar.
— Hum... então além de bonita, é disciplinada — ele murmurou, ainda me observando. — Um combo perigoso.
Fingi não ouvir e continuei dobrando o último pacote. Senti o olhar dele em mim o tempo todo, me estudando. Quando terminei, estiquei as pernas e re