Fazia um imenso frio naquela manhã. Eu até poderia pegar o carro da mamãe para ir à escola, mas tinha um problema: eu não sabia dirigir. Terminei de vestir o casaco e ajeitei o rabo de cavalo que tanto gostava. Peguei a mochila e fui me despedir de Amanda, a empregada que mamãe tinha contratado.
— Eu já vou, Amanda — falei, e ela sorriu pra mim. Amanda devia ter uns trinta e poucos anos, longos cabelos pretos com algumas mechas vermelhas nas pontas; os olhos azuis e a calma dela me passavam confiança.
— Tenha um bom dia, Angel — disse ela.
— Obrigada — respondi e saí de casa.
Resolvi ir um pouco mais cedo para pegar o ônibus; aquele dia não dava pra ir a pé. Fiquei uns cinco minutos no ponto e quando o ônibus passou acenei. Subi, paguei a passagem, sentei-me num banco mais atrás e esperei chegar ao colégio.
Desci em frente à escola e Âmbar já me esperava.
— Oi — falei.
— Angel, me encontra na biblioteca na hora do intervalo — foi a única coisa que ela disse antes de ir pra sala.
Fique