Benício Mendelerr
Meus olhos se abriram devagar, e a claridade do quarto me atingiu como um soco e quase fechei os olhos de novo. O barulho do monitor cardíaco do meu lado parecia longe, mas eu senti um pouco de dor de cabeça... Significa que felizmente estou vivo!
Minha mente estava tão confusa, apenas uma coisa era clara: Paulah. Era como se a voz dela estivesse gravada para sempre em mim. Lembrava das palavras que ouvi no silêncio do coma, como um sussurro vindo de longe: "Se você voltar! Prometo ser sua esposa, de verdade! Em todo o sentido da palavra... Volte para mim!"
Ela acreditava em mim, mesmo quando eu não tinha forças para acreditar nisso e eu parecia preso dentro de uma prisão sem grades... Um corpo que não respondia, mesmo que eu quisesse gritar.
Era por ela que eu tinha lutado, mesmo sem entender como. E agora, tudo o que eu queria era vê-la, olhar nos olhos dela e dizer que eu estava aqui...
Lui estava do lado da cama, com as duas mãos na testa como se não acreditasse