Isabela ainda segurava minha mão quando começamos a andar em direção ao carro. O silêncio entre nós não era desconfortável; pelo contrário, parecia preencher de calma tudo o que antes era peso.
Ela passou os dedos pela lataria, como se estivesse tocando uma memória.
— Meu pai amava esse carro… — disse baixinho, quase para si mesma. — Ver ele assim de novo… é como se uma parte dele tivesse voltado.
Não sabia o que responder. Apenas observei, respeitando aquele instante. O sorriso dela era nostálgico, mas havia também um brilho de esperança.
— Obrigada por ter feito isso, Dante. — completou, voltando a me olhar.
— Eu precisava. — respondi, simples, porque era a verdade.
Entramos no carro. Ela correu os olhos pelo painel, pelo volante, e suspirou fundo, quase como se estivesse em casa. Eu me ajeitei ao lado dela, sem coragem de quebrar o momento.
— Ele está mesmo perfeito. — disse, passando a mão pelo couro do banco. — Parece novo.
— Você merece que ele seja assim. — falei, e ela me olho