Dante não conseguia desviar o olhar.
Elena estava parada diante dele, como uma miragem perigosa materializada em carne, pele e seda. O robe negro envolvia seu corpo com um misto de provocação e desafio, o tecido acetinado desenhando curvas que ele desejava conhecer mais. À sua volta, o quarto era tomado pela penumbra, iluminado apenas por uma lâmpada suave no canto — luz suficiente para incendiar sombras e alimentar segredos.
O ar parecia espesso, denso, carregado de algo que pulsava entre eles. Não era apenas desejo. Não era só raiva. Era história. Era mágoa. Era um abismo que os dois se recusavam a nomear.
Mas ela estava ali. Furiosa. Despida de tudo, menos da própria coragem.
A pergunta veio cortante, e a voz de Elena soou como uma lâmina sendo cravada na pele:
— Você pretende dar uma máscara para a Ariana?
Dante não respondeu de imediato. Seu olhar vacilou por um instante, desviando para o chão, como se aquelas palavras o atingissem em algum ponto que ele mantinha trancado, muito