Elena cruzou os braços, tentando sufocar a ansiedade, e voltou o olhar para o jardim abaixo. Mesmo envolto em sombras, o canteiro de peônias exibia um brilho quase mágico sob a luz pálida da lua. Os tons suaves das flores contrastavam com a frieza daquela prisão luxuosa, quase zombando dela.
Foi então que um som inesperado cortou o silêncio.
A porta se abriu às suas costas com um estalo suave.
Ela não se virou. Sabia quem era. O homem da máscara negra, o enigma que a mantinha ali, deveria ter vindo reclamar por ela ter mexido em suas roupas. Elena não estava com humor para outro de seus silêncios carregados ou ordens secas.
Mas a voz que preencheu o ambiente foi outra.
E aquilo... a desmontou por dentro.
— Elena...?
O nome escapou num sussurro incrédulo, cheio de emoção e medo.
O coração dela disparou.
Um arrepio percorreu sua pele e, antes mesmo de se virar, seus lábios se curvaram em um sorriso de puro alívio — um gesto raro, esquecido nas últimas horas. Ela conhecia aquela voz. Con