William Rodrigues
As meninas já estavam no banheiro, rindo com a minha mãe — ou melhor, com a Marta — que agora eu chamava de mãe com o maior orgulho do mundo.
Mas nada me preparou para o que encontrei ao cruzar a porta da sala do orfanato.
A Isabel estava ali. Como antes. Só que agora com a Nina no colo. E dessa vez, ela não estava sozinha. Um homem elegante, de fala mansa e postura tranquila estava ao lado dela. Ele me olhou como se já soubesse quem eu era.
— Boa tarde — cumprimentou com educação e uma empolgação discreta por me ver.
— Boa... — respondi, olhando da Nina para a Isabel e depois para ele. — Você é?
— Eduardo — disse, estendendo a mão. — Ex-marido da Isabel. Pai dos filhos dela.
Ele falou enquanto me cumprimentava, puxando-me para um abraço apertado. Foi estranho, mas ao mesmo tempo... familiar. Devia ser o pai da Vitória.
Hesitei, mas aceitei o abraço. Havia firmeza nele, mas nenhuma hostilidade.
— Ah... — murmurei, ainda tentando juntar as peças. — E a Priscila deixou