Max Fos
Quando voltei pra casa com um pote de sorvete, o Marcelo ficou todo animado, pulando no sofá, rindo como se o mundo fosse leve. Mas a Rafaela… ela percebeu de cara que algo estava errado.
— Que cara é essa, amor? — perguntou com aquela voz doce que sempre me acalma, enquanto a Marli levava as crianças pra cozinha.
— A Belinha… ela não é minha filha — soltei de uma vez, sem rodeios, com a garganta apertada.
Ela não hesitou nem por um segundo. Me abraçou forte, como se quisesse costurar com o corpo a dor que estava me rasgando por dentro. Como se dissesse, sem palavras, que estava comigo... até o fim.
— Eu tenho uma coisa pra te mostrar — disse com firmeza, me puxando pela mão até o escritório.
— Amor, se for trabalho, agora não dá...
— A sua mãe está no Brasil — ela me cortou, a voz firme, já ligando o notebook e abrindo a fatura do cartão de crédito. — Assim que teve o acesso liberado, pagou um hotel em Aracaju. Cinco dias. Olha isso aqui — apontou para a tela — uma compra rec