A atmosfera na mansão havia mudado. Havia uma nuvem de tensão pairando entre as paredes amplas e luxuosas, embora todos tentassem fingir que nada havia mudado. Alice, mesmo sorrindo nos jantares e mantendo as rotinas com Sabrina, sabia que algo estava por vir. Seu corpo pressentia. Sua intuição gritava.
Daniel estava mais introspectivo, envolvido em telefonemas longos e conversas sussurradas que cessavam sempre que ela se aproximava. E Alice, que já aprendera a desconfiar das ausências, começava a desconfiar do silêncio.
Naquela noite, ela o esperou no jardim, sob o caramanchão coberto de jasmins. A brisa era fresca, e o perfume das flores parecia agravar o aperto em seu peito.
"Você está escondendo alguma coisa?" - perguntou ela assim que Daniel apareceu.
Ele suspirou, sentando-se ao lado dela no banco de pedra. "Não estou escondendo. Estou tentando resolver antes de virar um problema maior."
"Problema maior do que o quê? Quem é Artur, Daniel? Por que você não fala sobre ele?"
Daniel