Alice leu o bilhete mais uma vez antes de dobrá-lo com cuidado e colocá-lo na bolsa. A caligrafia de Natasha era firme, elegante, como se cada letra fosse medida para não deixar margem a dúvidas. O endereço do hotel estava ali, claro, e com ele, um horário: 15h00.
Alice hesitou. Pensou em ignorar. Pensou em rasgar o papel e jogar fora, como se pudesse, com esse gesto, apagar a presença incômoda daquela mulher de seu caminho. Mas algo a inquietava. Um pressentimento. Um nó mal desfeito no peito.
E o que quer que Natasha tivesse a dizer... talvez fosse mesmo a última peça que faltava.
Às 15h27, Alice estava parada diante do saguão do Hotel . Seus olhos subiram pela fachada de vidro até o sexto andar, onde o bilhete dizia que ela a esperava.
O recepcionista, ao vê-la, apenas apontou com um discreto aceno para o elevador.
Sem mais delongas, Alice subiu.
O quarto 602 tinha a porta entreaberta. Bateu duas vezes antes de empurrar.
“Enfim, a curiosidade venceu” — disse Natasha, sentada diante