Os dias passaram lentos e arrastados como se o tempo se recusasse a seguir seu curso. A mansão, que antes parecia o centro de um universo novo e vibrante, tornara-se apenas um lugar de lembranças e ecos. Alice havia se mudado para a casa simples que pertencia a seus pais, agora apenas dela e de sua mãe. Não por desejo, mas por necessidade. A mãe, cada vez mais frágil, exigia cuidados constantes, e Alice não confiava mais no conforto luxuoso vindo de um homem em quem ela não podia mais acreditar.
As lembranças com Daniel se entrelaçavam à dor como uma música de fundo que não cessava. Alice sentia saudade, sim. Do toque, da voz, das promessas sussurradas ao entardecer. Mas também sentia raiva. Um ressentimento silencioso que crescia em seu peito cada vez que lembrava do que ele havia escondido: a compra das terras de seu pai, feita sem o menor aviso, sem consideração.
"Ele sabia o que significava aquilo pra mim", murmurava sozinha ao esfregar o chão da varanda antiga.
Apesar de tudo, Al