Alice estava na biblioteca da mansão, folheando distraidamente um livro de poesia que pegara por acaso. Era um dos poucos espaços onde encontrava alguma paz desde que sua vida dera uma guinada inesperada. Sabrina passava a tarde com a professora particular, e Telma andava ocupada demais para lançar seus olhares julgadores. O silêncio era quase confortável — até que a conversa no corredor interrompeu sua concentração.
“Sim, ele comprou a propriedade logo após o acidente com o pai dela. Terras baratas, ninguém queria… foi um bom negócio.” A voz masculina soou baixa, mas clara o suficiente para atravessar a porta entreaberta.
Alice congelou. Um zumbido invadiu seus ouvidos. Seu coração acelerou antes mesmo de seu corpo reagir. Ela largou o livro e levantou-se num impulso. Abriu a porta com brusquidão, dando de cara com dois sócios de Daniel, que se calaram imediatamente ao vê-la.
“Desculpem. Só preciso confirmar uma coisa…” Sua voz tremia. “A fazenda… as terras que meu pai cuidava… quem