Nos dias que se seguiram ao beijo na varanda, algo mudou entre Alice e Daniel. Era como se o ar entre eles tivesse ganho outra textura — mais denso, mais consciente, mais íntimo. Não houve juras apressadas, nem planos sussurrados ao pé do ouvido. Mas havia uma nova presença, uma sintonia silenciosa, que dispensava palavras.
Daniel começou a voltar para casa mais cedo. Às vezes, jantava com Alice e Sabrina. Outras, apenas sentava-se na cozinha e a observava enquanto ela preparava o chá da noite, como se só o ato de vê-la ali, tranquila, fosse o bastante para acalmá-lo.
Alice não cobrava. Sabia que para ele, cada gesto era uma conquista. Mas, em seu coração, uma parte ainda duvidava. E se tudo aquilo fosse temporário? E se fosse mais um daqueles encantamentos de quem quer fugir da solidão, mas não pretende permanecer?
Certa manhã, Daniel surpreendeu-a com um convite: um fim de semana fora, apenas os dois.
“Uma pousada nas montanhas. Simples, tranquila. A Mariana pode ficar com a Sabrina