Andrea sempre achou que a vida dela tinha parado naquela noite no hospital, quando arrancaram Ayla dos seus braços. Depois veio a doença, os anos sozinha na fazenda, o rádio chiando como única companhia. Mas naquele dia, o barulho dos pneus na estrada de terra trouxe um estrondo que ela não esperava mais ouvir.
A porta rangeu, e lá estava Sunny. Não aquela menina de tranças que agarrava a barra da saia implorando para não ir. Não. Agora era uma mulher feita, com postura dura, roupas que Andrea nunca teria dinheiro para comprar. Havia algo de distante no olhar, mas era ela. O coração de Andrea pulou no peito de uma maneira que até doeu.
— Mãe... — Sunny disse, a voz baixa, como se testasse a palavra.
Andrea levou alguns segundos para acreditar. Depois caiu em choro, soluçando, os braços magros tentando envolver aquela mulher que não cabia mais neles. O cheiro dela não era de criança, era de perfume caro misturado a cigarro. Mas Andrea não ligou.
— Você está aqui! — Andrea exclamou, a v