A biblioteca era o cômodo mais antigo da mansão. As paredes, cobertas por estantes de carvalho escuro, absorviam os sons como se ouvissem demais há décadas. A luz fraca das luminárias dourava o ambiente com uma sensação de nostalgia pesada.
Henry, sentado em sua poltrona de couro surrado, girava lentamente o cálice de conhaque entre os dedos. Seus olhos estavam perdidos no brilho âmbar da bebida, mas sua mente vagava para lugares muito mais sombrios.
A condessa, sentada em uma poltrona lendo um livro, desviou os olhos das páginas e olhou para o conde com reprovação ao vê-lo encher o copo novamente, logo depois de ter bebido todo o conteúdo anterior.
Ele a olhou de volta e deu de ombros, antes de retornar aos seus próprios pensamentos, mergulhando devagar.
Os acontecimentos dos últimos dias o fizeram recordar de fatos do passado que ele detestava lembrar. Como, desde sempre, soubera que sua mãe fazia distinções. Reginald era o preferido. Sempre fora. Quantas vezes, ainda menino, escut