Vittoria solta um grito agudo, o corpo encolhendo de dor. A respiração trava, o desejo que antes queimava em silêncio se apaga em um instante, afogado pelo medo.
O olhar dela vacila, rompido pela dor, pela brutalidade do gesto. Sem pensar, ela começa a se arrastar pela cama, como se pudesse fugir dele, de si mesma, de tudo.
O pé ferido deixa um rastro de sangue no lençol branco, uma trilha silenciosa da violência que ele acaba de marcar em sua pele.
— Isso deve servir. — Vincenzo murmura, a voz baixa, cortante, sem pressa nem emoção.
Com o olhar ainda cravado nela, sem sequer precisar calcular o movimento, ele ergue o braço e lança a faca.
A lâmina atravessa o ar como uma sentença e se finca na parede com um estalo seco e preciso. O impacto ecoa pelo quarto, tão violento no som quanto na intenção.
E então, sem qualquer delicadeza, como se ela não passasse de um peso sem resistência, Vincenzo a ergue da cama em um só movimento, jogando-a sobre o ombro com facilidade.
Com a outra mão,