Sem esboçar nenhuma reação, Vincenzo pega o celular, encerra a ligação com um simples toque e o joga sobre a cômoda, o gesto contido demais para disfarçar o incômodo evidente.

Como se adiar aquela conversa fosse a única forma de manter o controle por mais alguns instantes, ele se afasta em direção ao closet, sentindo o olhar de Vittoria seguir cada passo seu, firme, silencioso, e tão penetrante quanto aquilo que ela ainda não disse.

— É pedir muito um pouco de paz? — Resmunga, apoiando-se contra a prateleira, como se o simples peso da própria rotina já fosse demais para sustentar naquele momento.

Irritado e desgastado, Vincenzo se veste em silêncio, optando por uma roupa casual, algo neutro, discreto, distante da rigidez dos ternos escuros que tem usado quase como uma armadura.

Ele passa os dedos pelos cabelos ainda úmidos, ajeitando-os com leveza, como quem tenta se recompor antes de atravessar um campo minado.

Ao sair do closet, prepara-se para o impacto, uma discussão, um olhar acu